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Por Denize Correa
Número
53
Resumo:
Este trabalho é um recorte da pesquisa
de Pós-Doutorado que desenvolvo no momento,com
o objetivo de delinear um mapeamento dos estudos
em cibercultura no Brasil-”cibermapa”-,
contextualizando perspectivas de pesquisadores
da área, tanto no aspecto temático
quanto no conceitual. Minha proposta neste trabalho
é definir “clusters geográficos”,
identificando linhas e grupos de pesquisa, e
“clusters temáticos”, agrupando
pesquisas convergentes e tendências contemporâneas.
Após a primeira década de estudos
sobre o tema, acredito que esta tentativa de
sistematização possa ser produtiva,
sugerindo caminhos ainda pouco explorados.
Abstract:
This paper is part of the post-doctoral research
I develop at the moment, intended to draw a map
of the cyberculture studies in Brazil-a cybermap-contextualizing
approaches from researches in the area, either
in relation to thematic aspects or to conceptual
ones. My proposal here is to define “geographical
clusters”, identifying
research groups, and “thematic clusters”,
grouping researches that converge in their contemporary
trends. After the first decade of studies about
the theme, I believe that this attempt to systematize
can be productive, suggesting paths still under
explored.
Introdução
Este trabalho é um recorte de minha pesquisa
atual1, que
tenciona contextualizar estudos sobre comunicação
e cibercultura no Brasil, oferecendo um mapeamento-“cibermapa”-
com as principais tendências e questionamentos,
para visualização de convergências
e tensões, tanto no aspecto temático
quanto no conceitual, mas especialmente no que
se refere aos enfoques escolhidos pelos pesquisadores.
Apesar do pouco tempo de existência do
tema como está sendo considerado no momento
atual, já há um grande número
de pesquisadores desenvolvendo análises
e estudos relevantes na área de cibercultura.
Após a primeira década, acredito
que esta tentativa de sistematização
possa ser produtiva, visto que pode apontar para
caminhos ainda inexplorados e demonstrar tendências
no cenário da cibercultura.
Neste recorte,
pretendo privilegiar dois tipos de classificação:
“clusters geográficos” e “clusters
temáticos”. Em “clusters geográficos”,
com enfoque mais informativo, serão identificados
programas com linhas e grupos de pesquisa que
remetem à cibercultura, enquanto que em
“clusters temáticos”, com
enfoque mais reflexivo, serão agrupadas
as pesquisas em relação às
convergências e divergências quanto
aos temas escolhidos. Além dos estudos
dos doutores nas linhas e grupos de pesquisa
de programas filiados à Compós,
há outros pesquisadores que têm
contribuído com estudos. Há também
grupos de pesquisa que agregam estudos de diversas
instituições, nacionais e estrangeiras,
e pesquisas com tangências e interfaces
com a área de Comunicação
e Cibercultura. Muitas destas pesquisas têm
por base teorias e conceitos europeus e norte-americanos,
que não serão analisados em detalhe
neste ensaio, considerando que a proposta aqui
é produzir um recorte sucinto do mapeamento
de doutores brasileiros no que se refere aos
clusters geográficos e temáticos.
São pertinentes, porém, na segunda
fase de minha pesquisa, nos “clusters conceituais”2.
Para Francisco
Rüdiger, “a cibercultura é
o movimento histórico, a conexão
dialética entre o sujeito humano e suas
expressões tecnológicas, através
da qual transformamos o mundo e, assim, nosso
próprio modo de ser interior e material
em dada direção (cibernética)”
(RÜDIGER, 2004, p. 54).
Para André
Lemos, um dos pioneiros em pesquisa sobre o tema
no Brasil, a cibercultura deve ser entendida
“como a forma sócio-cultural que
emerge da relação simbiótica
entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias
de base micro-eletrônica que surgiram com
as convergências das telecomunicações
com a informática, na década de
70” (LEMOS, 2003, p. 12).
Acredito que
as duas definições propostas acima
encapsulam as diversas esferas, origens e atuações
da cibercultura. Sendo assim, servirão
de embasamento ao recorte que proponho.
Clusters
geográficos
Atualmente, há dez programas em Comunicação
que têm linhas de pesquisa relativas à
cibercultura, em três regiões: nordeste,
sudeste e sul. Na região nordeste, o programa
de Comunicação e Cultura Contemporânea
da UFBA se destaca pela especificidade da linha
de pesquisa, pelas publicações
e grupos de pesquisa dedicados ao estudo da cibercultura.
O programa da UFPE também oferece uma
linha de pesquisa. Na região sudeste,
entretanto, há o maior número de
programas com linhas de pesquisa que contemplam
estudos de cibercultura, na UFRJ, UERJ, UFF,
PUC-SP e USP. A região sul oferece pesquisas
em três programas, o da PUC-RS, o da UFRGS
e o da UTP, em Curitiba.
Iniciando pelo
último, a linha de pesquisa “Cibermidia
e Meios Digitais”, da UTP, conta com as
pesquisas de seis docentes: Adriana Amaral, Claudia
Quadros, Décio Pignatari, Denize Araujo,
Diana Domingues e Francisco Menezes Martins.
No programa da UFRGS, a linha de pesquisa que
se intitula “Informação,
Tecnologia e Práticas Sociais” agrupa
as pesquisas de Alex Primo, Ida Stumpf e Sonia
Caregnato. Na PUC-RS, há um grande número
de pesquisadores pertencentes à linha
“Cultura Midiática e Tecnologias
do Imaginário”, mas como a linha
agrupa dois núcleos, “cultura midiática”
e “tecnologias do imaginário”,
nem todos os pesquisadores desenvolvem estudos
específicos no campo da cibercultura.
As pesquisas com mais elementos de cibercultura
são as de Francisco Rüdiger e Juremir
Machado da Silva.
Na região
sudeste, a linha de pesquisa “Tecnologias
da Comunicação e Estéticas”
conta com grande número de pesquisadores:
André Parente, Beatriz Jaguaribe, Consuelo
Lins, Henrique Antoun, Ieda Tucherman, Ivana
Bentes, Kátia Maciel e Nizia Villaça.
Como no caso anterior (PUC-RS), a linha da UFRJ
contém dois núcleos, “tecnologias
da comunicação” e “estética”,
dividindo o corpo docente pertencente à
mesma.
O título da linha de pesquisa da UERJ
é mais específico, “Novas
Tecnologias e Cultura”, agrupando os estudos
de Alessandra Aldé, Erick Felinto, Fernando
Gonçalves e Vinicius Andrade Pereira.
Na UFF, há
duas linhas de pesquisa que remetem ao tema do
ciberespaço, “Tecnologias da Comunicação
e da Informação” e “Análise
da Imagem e do Som”, agregando seis pesquisadores:
André Queiroz, Denis de Moraes, Felipe
Pena, Luiz Carlos Lopes, Maria Cristina Franco
Ferraz e Simone Pereira de Sá.
Na capital paulista,
a PUC-SP também reúne seis pesquisadores
com muita produção na área
do ciberespaço: Arlindo Machado, Eugenio
Trivinho, Giselle Beiguelman, Lucia Santaella,
Rogério da Costa e Sérgio Bairon.
Além disso, alguns pesquisadores desenvolvem
o Centro de Investigação em Mídias
Digitais (CIMID), que colabora para a divulgação
dos produtos digitais.
Ainda na capital,
na ECA-USP, há três pesquisadores
na linha intitulada “Tecnologias da Comunicação
e Redes Interativas”: Artur Matuck, Fredric
Michael Litto e Massimo di Felice.
Na região
nordeste, o programa da UFPE conta com a linha
de pesquisa “Comunicação
Tecnológica e Estudos Culturais”,
onde dois pesquisadores se dedicam aos estudos
da imagem digital e da hipermídia: André
Marques das Neves e Paulo Carneiro Cunha Filho,
que em 1996 criaram o Virtus-Laboratório
de Hipermídia da UFPE, tendo a hipermídia
(entendida como um conjunto de aplicações
tecnológicas e de implicações
sócio-culturais das tecnologias digitais)
como objeto de estudos. .
O programa da
UFBA, com sua linha “Cibercultura”,
é um dos que contribui para os estudos
mais específicos da área, sendo
pioneiro nos estudos de cibercultura especialmente
por parte do pesquisador André Lemos.
A linha reúne sete pesquisadores: André
Lemos, Cláudio Cardoso, Elias Machado,
Marcos Palácios, Othon Jambeiro, Sonia
Serra e Wilson Gomes. Há quatro grupos
de pesquisa articulados na produção
e divulgação do tema: “Cibercidades”,
“Ciberpesquisa”, “Internet
e Política” e “Jornalismo
Online”.
Apesar da linha
“Cibercultura” ser a mais específica,
as outras linhas de pesquisa já citadas
abordam aspectos da cibercultura, por vezes em
interação com outras esferas, como
estéticas, cultura midiática, estudos
culturais, processos de criação,
práticas sociais, outras vezes enfatizando
processos hipermidiáticos, jornalismo
online, webpublicity, webdesign.
Genericamente
falando, as ementas das linhas, em sua maioria,
contemplam o impacto das NTCs e da cibermídia,
ou seja, das mídias digitais do ciberespaço,
privilegiando as interfaces entre comunicação,
sociedade e novas tecnologias3.
Grupos
de pesquisa em cibercultura
Há onze Grupos de Pesquisa em Cibercultura,
inscritos no CNPq e certificados pelas instituições4:
- “Núcleo
de Cultura e Tecnologia da Imagem”, criado
em 1991, liderado por André Parente e
Kátia Maciel, da UFRJ, com pesquisas
analíticas e criativas unindo experiência
e teoria: novas configurações
do sujeito, estética da arte interativa
e da morfogênese da imagem para entendimento
do virtual, do ciberespaço, do hipertexto,
da infografia e da multimídia, compreendendo
as tecnologias da imagem como formas híbridas
de campos diferenciados que proporcionam a interação
de pesquisas multidisciplinares que redimensionam
o campo da Comunicação.
- “Ciberpesquisa”,
Centro Internacional de Estudos e Pesquisa em
Cibercultura, núcleo criado em 1996 por
André Lemos e Marcos Palácios,
da UFBa, que conta com diversos grupos e projetos:
“Cibercidades” (liderado por André
Lemos, em convenio com Aveiro, Texas e Canadá),
“Jornalismo Online” (Marcos Palácios
e Elias Machado), “Sistemas Cibernéticos”
(Gottfried Stockinger), “Internet e Política”
(Sonia Serra e Wilson Gomes), “Comunicação
Organizacional e Tecnologias da Informação”
(Cláudio Cardoso), “Política,
Telecomunicação e Convergência”
(Othon Jambeiro);
- “Ciberidea”,
Núcleo de Pesquisa em Tecnologias da
Comunicação, Cultura e Subjetividade,
criado em 1998 e liderado por Paulo Vaz, que
enfatiza pesquisas em tecnologias da comunicação
e mudanças culturais por elas incitadas,
transformando a subjetividade contemporânea.
Agrega os seguintes pesquisadores de Filosofia,
Comunicação e Psicologia, de 5
linhas de pesquisa: Comunicação
e Complexidade (CBPF-Centro Brasileiro de Pesquisas
Físicas), Ética, Saberes, Subjetividade
e Desenvolvimento (IP-Instituto de Psicologia-UFRJ),
Mídia e Mediações Socioculturais
(ECO-UFRJ), Novas Tecnologias e Cultura (FCS-UERJ)
e Tecnologias da Comunicação e
Estéticas (ECO-UFRJ): Fátima Regis,
Fernanda Bruno, Henrique Antoun, Luiz Alberto
de Oliveira, Paulo Vaz, Rosa Ribeiro Pedro e
Vinicius Andrade Pereira;
- “Tecnologias
do Imaginário”, criado em 2000,
liderado por Juremir Machado da Silva, que procura
compreender os fenômenos de cristalização
de imaginários através de tecnologias
de sedução e disseminação
midiáticas, além de analisar imaginários
revisitados pelas novas mídias e tecnologias.
- “NuPH”
- Núcleo de Pesquisa em Hipermídia,
criado em 2001, liderado por Sergio Bairon e
Rogério da Costa (PUC-SP), em convênio
com as Universidades do Porto, Aberta de Portugal,
Complutense (Madrid) e Freie (Berlim). Conta
com o apoio dos pesquisadores Lucia Santaella,
Massimo Canevacci, James Clifford e Edgard Morin.
Com tendência transdisciplinar, analisa
e produz pesquisas que interrelacionam a criação
e a sustentabilidade de comunidades virtuais;
- “Comunicação,
Imagem e Contemporaneidade”, criado em
2001, liderado por Denize Araujo, da UTP, com
pesquisas sobre o estatuto da imagem em contextos
midiáticos, com ênfase na imagem
digital e nos processos de produção
digitalizada de imagens. Reúne docentes
do Mestrado em Comunicação e Linguagens
da UTP e pesquisadores de outras instituições,
como Luciana Silveira (UFTPR) e Maria Lucia
Becker (Unibrasil), além de contar com
o Acordo de Cooperação firmado
entre a UTP e o Laboratório de Novas
Tecnologias da UCS, coordenado por Diana Domingues.
- “Comunicação
e Tecnocultura: meios e imaginários tecnológicos”,
criado em 2002, liderado por Erick Felinto,
que conta com os seguintes pesquisadores: Alessandra
Aldé (UERJ), Eugenio Trivinho (PUC-SP),
Fátima Regis (UFRJ), Felipe Pena (UFF),
Francisco Rudiger (PUC-RS), Vinicius Andrade
Pereira (UERJ). O GP investiga questões
de cibercultura e tecnologias digitais com ênfase
em aspectos formais e repercussão no
imaginário cultural;
- “Tecnologias
da Comunicação e Sociabilidade”,
criado em 2002, coordenado por Simone Pereira
de Sá, agrupando pesquisas que enfocam
tecnologias da comunicação e analisam
o computador como ambiente comunicacional. O
grupo vivencia a estética da música
eletrônica articulada às dinâmicas
identitárias através de comunidades
virtuais.
- “CENCIB”-Centro
Interdisciplinar de Pesquisas em Comunicação
e Cibercultura, criado em 2003, liderado por
Eugenio Trivinho, contando com dois pesquisadores:
Erick Felinto e Henrique Antoun. O Centro agrega
pesquisas voltadas para o desenvolvimento da
produção avançada da crítica
conceitual acerca da cibercultura como marco
epistêmico referencial do contexto sóciohistórico,
tecnológico e mediático contemporâneo.
- “Imagem
e Narrativas Digitais”, criado em 2005,
coordenado por Paulo Carneiro da Cunha e André
Menezes Marques das Neves, da UFPE, procura
soluções práticas associando-se
ao Laboratório Kimera, para desenvolver
pesquisas científicas e experimentais
dirigidas a protótipos relacionados às
novas mídias digitais. Seus objetos de
interesse estão no campo da cibercultura:
entretenimento cibernético, inteligência
artificial, comunidades virtuais, representações
digitais (interfaces e simulacros virtuais),
games e pós-cinema
- “Mídias
Digitais”, criado em 2005, liderado por
Suely Fragoso, da Unisinos, que estuda a comunicação
mediada por computador e objetiva a construção
de arcabouços teórico-metodológicos
específicos para cada problematização,
incentivando discentes a discutir seus temas
e ensaios.
Clusters
temáticos
Como clusters temáticos, entendo as convergências
de temas e enfoques de pesquisas desenvolvidas
por docentes dos programas pertencentes à
Compós, prioritariamente, e por pesquisadores
de áreas afins/compatíveis/correlatas,
de programas multidisciplinares que contribuem
para o crescimento e a transversalidade dos estudos
de comunicação e cibercultura.
André Lemos nos oferece uma descrição
sucinta sobre a área, incluindo “estudos
sobre os novos formatos jornalísticos
(jornalismo online, radio online, TV digital,
revistas online e e-books), relações
comunicacionais (chats, e-mail, listas e fóruns,
weblogs, muds, games, troca de arquivos), práticas
sociais e comunicacionais emergentes com a nova
cultura informática (cyberpunks, ciberativistas,
hackers), reconfigurações corporais
e comunicacionais (cyborgs), comércio(comércio
eletrônico, publicidade e marketing online,
gestão da informação), artes
eletrônicas (webart, música eletrônica,
body art), práticas discursivas interativas
(hipertextos), questões ligadas à
cidade e à esfera pública (cibercidades,
cibercidadania), além dos estudos em realidade
virtual como mídia de comunicação”
(http://ctjovem.mct.gov.br/index).
Na tentativa
de agrupar pesquisas, minha classificação
fica assim categorizada, em cinco clusters temáticos5:
1. Cibercidades e Mobilidades;
2. Imaginários da Cibercultura;
3. Imersão e Interfaces,
4. Jornalismo Digital;
5. Web Sociabilidades/Subjetividades;
Cibercidades
e mobilidades
As pesquisas de André Lemos, no momento,
têm se direcionado para a área das
conexões móveis, a era da mobilidade,
com a emergência da computação
ubíqua e senciente. Suas idéias
de links e cíbridos convergem com alguns
conceitos como “coletivos emergentes”
(Howard Rheingold) e “inteligência
conectiva” (Derrick de Kerckhove), que
pontuam nossas interligações na
web, no que chamo de “hipertrópole
digital”6.
Em “Cibercidade:
as cidades na cibercultura”, Lemos organiza
ensaios sobre o tema, oriundos dos colóquios
internacionais sobre redes e cidades, e do acordo
de cooperação entre a UFBA e a
Universidade de Aveiro, em Portugal. Seu ensaio
“Cibercidades: um modelo de inteligência
coletiva” visa provocar uma discussão
sobre a possibilidade de implantar praticamente
o conceito de inteligência coletiva de
Pierre Lévy, redefinindo espaços
públicos e privados. O conceito de cibercidadania,
para Lemos, emerge a partir do aparecimento da
opinião pública, “com a convergência
informática-comunicação,
o surgimento de redes telemáticas planetárias
e a conseqüente e paulatina liberação
do pólo da emissão” (LEMOS,
org., 2004, p. 170). Em Curitiba, há duas
pesquisas que convergem com o tema de cibercidades
e cibercidadania: a do pesquisador Fabio Duarte
(PUC-PR), que trata de um novo pensamento cartográfico,
e a da pesquisadora Maria Lucia Becker (Unibrasil),
que busca verificar de que forma a Internet é
utilizada pelos usuários da rede pública
na periferia de Curitiba e São Paulo,
tendo como meta fornecer elementos para uma apropriação
criteriosa do uso da Internet no que diz respeito
à promoção do exercício
a cidadania.
A pesquisadora
Adriana de Souza e Silva, atualmente residindo
nos Estados Unidos, também desenvolve
pesquisa sobre as tecnologias móveis,
sugerindo que “as tecnologias nômades
de comunicação re-inventam espaços
urbanos como ambientes de multiusuários”
(PARENTE, org., 2004, p. 283).
Vinicius Andrade
Pereira desenvolve pesquisa sobre as extensões
do ser humano, citadas por McLuhan. Partindo
do princípio de que as novas tecnologias
nos levam a habitar um outro mundo, o pesquisador
considera que o cérebro humano pode se
expandir, assim como nossa memória. A
disponibilidade neural do sistema humano, em
contato com os ambientes imersivos das realidades
virtuais, pode participar de um novo modo de
comunicação7.
Imaginários da cibercultura
Com abordagem filosófica, Juremir Machado
da Silva, da PUC-RS, discorre sobre as tecnologias
do imaginário. Para o autor, “o
imaginário é uma rede etérea
e movediça de valores e de sensações
partilhadas concreta ou virtualmente” (JUREMIR,
2003, p. 9). Seu caminho passa por Maffesoli,
que por sua vez relê Durand, Jung, Bachelard
e Benjamin. Passa também por Marx e Althusser,
no que se refere a aspectos ideológicos,
por Morin e Sfez, quanto às tecnologias
do espírito, por Debray em relação
às tecnologias da crença e por
Lévy, que delineia parâmetros para
tecnologias da inteligência. O pesquisador
tece reflexões sobre o tema, pontuando
certas fases percorridas pelas tecnologias do
imaginário: a primitiva, mítica
(teatro, contos); a mediada (advento das mídias);
a comunicacional (advento das NTCI).
Com divergências,
a pesquisa de Erick Felinto remete ao mesmo tema,
o do imaginário tecnológico, mas
enquanto Machado da Silva reflete filosoficamente
sobre o tema, os estudos de Felinto são
mais pontuais e se referem ao imaginário
de ficção científica, na
esteira de Donna Haraway, recuperando as imagens
do futuro quanto ao pós-humano. Transcendendo
as dicotomias radicais, Felinto acredita que,
“no plano do imaginário, os opostos
se desfazem, pois não existem tensões
permanentes... À crítica deverá
tão somente caber o papel de despir o
objeto tecnológico dos excessos interpretativos
e prepará-lo para ser pensado como parte
fundamental da cultura...” (FELINTO, 2005,
pp. 133-134).
Também
dentro do tema do cyborg e da ficção
científica situam-se as pesquisas de Ieda
Tucherman, Fátima Régis e Adriana
Amaral. Tucherman analisa as narrativas de ficção
científica e questiona as fronteiras entre
subjetividade e tecnociência. Em seus artigos
“A juventude como valor contemporâneo”,
“Corpo, fragmentos e ligações”
e “Fabricando corpos: ficção
e tecnologia”, a pesquisadora explicita
a proximidade da ficção científica
aos experimentos contemporâneos. Régis
desenvolve pesquisa sobre a subjetividade cyber,
ou seja, as novas formas de interação
homem-máquina que diluem as fronteiras
entre o orgânico e o maquínico,
acreditando, como Tucherman, que muitos elementos
do futuro anunciado na ficção científica
já fazem parte de nossa realidade.
Amaral apresenta
o cyberpunk como uma subcultura híbrida
que se encontra no âmago de um imaginário
tecnológico, um subgênero vindo
das visões obscuras e distópicas
do romantismo gótico e de um passado de
contracultura. Em relação à
música eletrônica, a pesquisa de
Amaral apresenta uma coleção de
imagens de sublimidade tecnológica na
qual existe uma apropriação do
capital subcultural da música eletrônica
pelas temáticas cyberpunks da fusão
do homem-máquina e do futuro distópico.
Essa pesquisa converge em alguns pontos com a
da pesquisadora Simone Pereira de Sá,
que acredita que a música eletrônica
encontrou na Internet um espaço importante
de comunicação, imbricando tecnologia
e cultura de massa. Seu estudo contextualiza
apropriações e hibridismos que
ocorrem entre mídias diferentes na dinâmica
de desenvolvimento dos meios de comunicação,
oferecendo projetos antes restritos às
elites.
Imersão
e interfaces
A este cluster pertencem os pesquisadores que
trabalham no campo da comunicação
com interfaces com Arte, Antropologia, Educação,
Literatura, Filosofia, Sociologia, Computação,
e Informática. Alguns pesquisadores pertencem
a grupos de pesquisa aplicada, outros são
realizadores.
Giselle Beiguelman
é um exemplo que caracteriza bem o contexto
deste cluster. Com uma extensa produção
em wireless art e mobilidades, dedica-se também
ao ensino e ao exercício acadêmico.
Pertence à linha de pesquisa “Processos
criativos em mídias interativas”
e ao Grupo de Pesquisa “netart: perspectivas
criativas e críticas”. Seus temas
são tangenciais e híbridos, criando
links entre arte, mídias, política,
cibercultura e comunicação. Seu
projeto Imagem/Interface investiga as particularidades
da imagem digital, discutindo a sua transformação
em interface de comunicação e pressuposto
de sua cultura de mídias cíbridas.
Parte da premissa do paradigma da estética
da transmissão em diálogo com contextos
entrópicos e de fluxo contínuo
que fazem repensar a comunicação
no âmbito da mídia e da dispersão.
Diana Domingues,
uma das pioneiras na área, é outro
exemplo: artista interativa e pesquisadora da
UTP, coordena o Laboratório de Novas Tecnologias
UCS/CNPq. Sua pesquisa atual analisa as novas
formas de comportamento expandidas pelas tecnologias
numéricas, as interfaces, as redes, que
fazem repensar não só a questão
antropológica da dimensão do corpo
como os processos de inteligência coletiva
e de interações complexas entre
o orgânico e o inorgânico, o real
e o virtual e o natural e o artificial. A pesquisadora
acredita que “a velocidade dos processadores,
a capacidade de armazenar informações,
os sistemas interativos que entendem sinais naturais
fazem com que as tecnologias numéricas
contem com computadores cada vez mais biológicos
e com interfaces com sensibilidade mais humana,
o que aponta para uma vida com as tecnologias
se naturalizando e o corpo se tecnologizando”
(DOMINGUES, org., 2003, pp. 110-111).
Paulo Cunha
e André Neves, em suas pesquisas no Laboratório
de Hipermídia da UFPE, Virtus, começaram,
já em 1996, a pensar e implementar soluções
para o ciberespaço: ambientes virtuais
de aprendizagem, galerias de arte digital, experiências
de interação homem-máquina,
bibliotecas virtuais abertas. Também em
1996, publicaram o livro “Onde as ruas
não tem nomes”, uma das primeiras
publicações brasileiras relativas
ao campo da cibercultura no Brasil. Os projetos
em parceria com a iniciativa privada e com instituições
fora da universidade criam um ambiente híbrido
onde a produção acadêmica
e o desenvolvimento de aplicações
de base tecnológica interagem. Atualmente
a Unidade Kimera pensa e desenvolve aplicações
estritamente no campo das novas imagens (games
e pós-cinema).
Os campos de
pesquisa de Arlindo Machado abrangem o universo
das chamadas imagens técnicas, ou seja,
produzidas através de diversas tecnologias
como cinema, fotografia, video e, atualmente,
mídias digitais. Percorrendo o caminho
transdisciplinar de suas produções
e atuações em eventos, palestras
e congressos, nota-se que seu interesse se dirige
a vários temas, como imagens inteligentes,
fotografias hipotéticas, games baseados
em inteligência artificial, processos de
subjetivação, entre muitos outros.
Sua inserção neste espaço
se dá exatamente pelas interfaces abordadas
em suas pesquisas e pela abrangência de
seus estudos.
A pesquisa de
André Parente, em Comunicação,
Arte e Tecnologia, também trabalha com
interfaces: “Cinema, arte e tecnologia:
as instalações panorâmicas”,
analisando aspectos técnicos e estéticos
do cinema panorâmico imersivo, situando-os
na história do cinema e da arte e considerando
as virtualidades das novas formas de criação
pelas tecnologias avançadas. Em seus livros,
Parente reúne artigos sobre o virtual,
o hipertextual e outros elementos da cibercultura.
Jornalismo digital
A pesquisa de Marcos Palácios, da UFBA,
um dos pioneiros nos estudos de cibercultura
no Brasil, tem como tema o jornalismo em redes
digitais e como objetivo problematizar a Internet
enquanto suporte para a prática do jornalismo.
Seu estudo atual se dirige ao jornalismo online
de terceira geração, isto é,
quando a Internet pede que as matérias
sejam reconfiguráveis, podendo explorar
os recursos multimidiáticos, como texto,
áudio, vídeo e gráficos.
Elizabeth Saad
Correa desenvolve pesquisa em jornalismo e mercado,
enfatizando as relações entre informação,
público e negócios no campo das
mídias a partir do advento das tecnologias
digitais de informação e comunicação.
Atualmente sua pesquisa enfatiza a narrativa
jornalística digital, desenvolvendo uma
taxonomia a partir de experiências práticas
com usuários e correlação
com o campo da Comunicação e da
Semiótica.
Também
com a preocupação do novo papel
do leitor, a pesquisa de Claudia Quadros, da
UTP, “Jornalismo Público, Internet
e Terceiro Entorno”, enfoca a efetiva participação
dos leitores/cibernautas. Em pesquisas anteriores,
explora a arquitetura da informação
na web, com destaque para os sites jornalísticos
que exploram com mais eficiência os recursos
hipermidiáticos que a Internet oferece.
Enfatiza as rotinas produtivas e o impacto tecnológico,
assim como Zélia Leal Adghirni, da UnB.
A última defende que há um modelo
consolidado de jornalismo na Internet, mas sua
pesquisa questiona que tipo de jornalista produz
para a internet, que tipo de trabalho este jornalista
realiza e se este é um trabalho jornalístico.
Tem interesse em pesquisar as novas tecnologias
em relação à imprensa e
ao poder, na área de comunicação,
enfatizando a situação das instituições
e assessorias de imprensa frente às novas
formas de produção de jornalismo.
Em seu projeto
“Rede latino-americana para pesquisa de
metodologias e software para o ensino de jornalismo
em redes de banda larga”, Elias Machado
pretende analisar as especificidades dos modelos
de produção de conteúdos
nas publicações jornalísticas
regionais nas redes digitais do Brasil e Estados
Unidos. No caso brasileiro, a pesquisa dará
continuidade ao projeto “A estrutura da
notícia nas redes digitais da Bahia”,
enfatizando as mudanças nas práticas
profissionais.
Web sociabilidades/subjetividades
Francisco Rüdiger, da PUC-RS, tem colaborado
para o desenvolvimento da epistemologia dos estudos
da área, em relação ao pensamento
tecnológico, provocando reflexões
sobre as teorias, em abordagem crítica
da cibercultura. Analisa o sujeito e suas personas
e avatares na web, questionando a subjetividade
nas novas mídias e resgatando as noções
de sujeito-objeto. Como sugere o pesquisador:
“...chegada a era da cibercultura, ao invés
do sujeito, é antes o objeto que tende
a ser desconstruído. A subjetividade ilimitada
por ela ensejada longe está de cancelar
essa figura, tendendo ao contrário a reforçá-la,
por mais que se abram caminhos para o livre fluxo
da imaginação” (RÜDIGER,
2002, p. 151).
O pesquisador
Francisco Menezes Martins, da UTP, desenvolve
pesquisa empírica em blogs e fotologs
e estudos sobre a genealogia da cibercultura,
com análise da subjetividade e visibilidade
no ciberespaço. Iniciando com Nietzsche
e com bases teóricas também em
Foucault e seus conceitos de sociedades disciplinares
e Deleuze, com sociedades de controle, Menezes
Martins objetiva refletir sobre os valores humanos
nas novas relações homem-técnica
na cibercultura.
Com enfoque
filosófico e bases teóricas em
Foucault, Nietzsche e Bergson, a pesquisa de
Maria Cristina Franco Ferraz, da UFF, enfoca
a modernização da percepção
e os conceitos bergsonianos de imagem, memória
e virtualidade, considerando como premissa o
advento das novas tecnologias. Demonstra também
a preocupação da pesquisadora em
relação às novas sociabilidades.
Também
relacionada ao tema da cibercultura e sociabilidades
está situada a pesquisa de Décio
Pignatari, da UTP, que se intitula “Cibermídia-Cibermassa”
e visa estudar a sociedade de massa dentro do
universo do ciberespaço. A hipótese/problema
do pesquisador é a de que novas mídias
trazem necessariamente novos usuários
e, dentre eles, uma massa indiferenciada, que
passa das mídias analógicas às
digitais sem reflexões maiores do que
o uso indiscriminado de tecnologias aparentemente
atraentes e pontuais.
Em suas pesquisas
mais recentes, Lucia Santaella analisa as novas
mídias e os novos usuários, questionando
o tema das identidades múltiplas, mais
evidenciado após o advento das novas tecnologias.
Apesar de admitir, como Rüdiger, que podemos
criar personas mais fluidas no ciberespaço
do que em outros contextos, pelo fato de que
o ambiente simulado proporciona mais oportunidades,
a pesquisadora conclui que “a novidade
do ciberespaço não está
na transformação de identidades
previamente unas em identidades múltiplas,
pois a identidade humana é, por natureza,
múltipla. A novidade está, isto
sim, em tornar essa verdade evidente e na possibilidade
de encenar e brincar com essa verdade, jogar
com ela até o limite último da
transmutação identitária”
(LEÃO, org., p. 53).
Abordando também
o tema da identidade, Fernanda Bruno discorre
sobre dispositivos de visibilidade e produção
de subjetividade nas TICs, sugerindo que a modulação
da identidade ocorre a partir do “olhar
do outro” e que, se, por um lado, como
diz Arlindo Machado, os reality shows, weblogs
e fotologs provocam o exibicionismo do sujeito,
que aceita e quer participar, por outro, as câmeras
(circuitos internos) estão sempre nos
vigiando, propondo novas formas de exibição.
Henrique Antoun,
da UFRJ, desenvolve pesquisa intitulada “Mediação
e mobilidade: comunidades virtuais, dispositivos
móveis de comunicação e
o futuro da democracia na cibercultura”.
Seu objetivo é analisar as conseqüências
da mobilidade das redes de parceria para a prática
democrática, com ênfase no papel
do usuário como produtor e consumidor
de conhecimento, no papel democratizador das
comunidades virtuais e nas novas formas de organização
dos movimentos sociais na Internet.
Na mesma temática
da democratização da Internet se
situa a pesquisa de Suely Fragoso, que provoca
reflexão quanto ao aspecto da “exclusão
digital” (“digital divide”),
oferecendo dados estatísticos sobre a
porcentagem de acesso à rede e a alarmante
proporção de excluídos,
questionando também, em sua pesquisa atual,
a relevância e visibilidade dos websites
brasileiros.
A pesquisa de
Eugenio Trivinho, da PUC-SP, também se
refere ao universo da cibercultura em relação
à sociedade: “Comunicação,
existência e tempo real: investigação
sobre a significação sócio-histórica
do fenômeno glocal na civilização
tecnológica avançada”. Seu
estudo é voltado ao desenvolvimento de
pesquisas teóricas e produção
avançada de crítica conceitual
acerca da cibercultura como marco epistêmico
referencial do contexto sócio histórico,
tecnológico e mediático contemporâneo.
Alex Primo,
em seu projeto atual, analisa o processo da escrita
coletiva na web, com seus hipertextos e formas
de cooperação online para a construção
cooperada do conhecimento, refletindo sobre o
uso de software social e os conflitos provocados
pela mediação do computador. Além
disso, preocupa-se com o desenvolvimento de ambientes
virtuais de aprendizagem e suas metodologias
didático-pedagógicas para a EAD.
Conclusão parcial e continuidades
Percebe-se que a tendência do momento é
analisar o impacto das novas mídias, das
tecnologias wireless, e as formas emergentes
após o advento das mesmas, seja em enfoques
mais filosóficos ou até metafóricos,
seja em pesquisas aplicadas, como instalações
interativas e imersivas. As repercussões
na sociedade são analisadas em e através
de blogs, portais, infografias e softwares, entre
outros, sempre tentando evidenciar aspectos hipermidiáticos
característicos das novas mídias.
Temas ainda não muito explorados são
os softwares baseados em inteligência artificial,
a nova interação emissor-usuário,
que está sugerindo teorias da comunicação
mais adequadas ao contexto contemporâneo,
os computadores inteligentes, e as intranets
e portais que facilitam o acesso de usuários
da web.
Após
pouco mais de dez anos de estudo, sem considerar
que muitos temas e conceitos já estavam
latentes por algum tempo, há muitas pesquisas
interessantes e relevantes, tanto em termos nacionais,
desenvolvendo estudos de casos no Brasil, como
em termos de adequação de conceitos
e teorias para nossa realidade, ou estudos comparativos
em parceria com outros países. Alguns
pesquisadores trabalham em fronteiras, produzindo
e analisando interfaces da comunicação
com áreas correlatas.
Como Norbert
Wiener já prenunciava, o legado da cibernética
à cibercultura foi a sugestão de
que os seres humanos e as máquinas não
são essencialmente diferentes. Dentro
deste tema, podem-se notar as teorias de base
norteadoras das pesquisas no Brasil, mais evidentemente
as de Pierre Lévy quanto às tecnologias
da inteligência, as de Castells, em relação
às virtualidades, as de McLuhan relativas
aos meios como extensões, as de Couchot
quanto à simulação, as de
Ascott em relação às telecomunicações
interativas (arte, tecnologia e consciência).
No campo filosófico, me parece que Deleuze,
Benjamin , Heidegger e Nietzsche e Flusser permanecem
precursores. Enquanto Baudrillard e Virilio sugerem
argumentações, Maffesoli resgata
encantos e Bergson reaviva memórias. No
cenário das imersões e da virtualidade,
Kerckhove sugere novas inteligências enquanto
Rheingold destaca comunidades virtuais e Donna
Haraway descreve cyborgs. Também consensuais
são os conceitos de Manovich, Durand e
Morin.
Minha pesquisa
abrange mais três etapas: a contextualização
e detalhamento dos “clusters conceituais”,
em enfoque mais reflexivo; o levantamento (em
enfoque mais informativo) dos periódicos
e livros organizados por pesquisadores em relação
ao tema da cibercultura, como o caso da Coleção
Cibercultura da Editora Sulina, que já
conta com 13 livros, da “Ciberlegenda”
(Luiz Carlos Lopes), da “Contracampo”
(Felipe Pena), ou da e-compós (Francisco
Menezes e João Freire); e a inclusão
de pesquisadores-doutores independentes ou de
programas não filiados à Compós
que contribuem para a área da Comunicação.
Notas:
1
Este trabalho é um recorte da pesquisa
de Pós-Doutorado que estou desenvolvendo
atualmente.
2 No momento,
minha pesquisa conta com 50 nomes de pesquisadores
doutores de programas filiados à Compós
Trinta nomes aqui citados estão contextualizados,
nos clusters geográficos e nos temáticos.
Outros nos clusters conceituais, que pertencem
à 2ª. fase da pesquisa, ainda em
desenvolvimento.
3 Minha pesquisa
inclui descrições detalhadas das
ementas das linhas de pesquisa referentes à
cibercultura (não incluídas aqui
neste recorte), tentando aproximações
e interfaces entre os programas.
4 Os Grupos
de Pesquisa aqui citados estão por ordem
de data de criação, de acordo com
a Plataforma Lattes -CNPq
5 Os clusters
temáticos estão classificados por
ordem alfabética de títulos, e
os pesquisadores por convergências e analogias,
sem qualquer ordem hierárquica.
6 Para referência,
“Hipertrópole digital”, no
livro Imagem (IR) Realidade, Editora Sulina,
org. Denize Araujo
7 A pesquisa
de Vinicius Andrade Pereira está no tema
de “cibercidades/mobilidades” pela
analogia que fiz das extensões do ser
humano (cérebro/memória) com a
expansão das cibercidades.
Referencias:
ARAUJO,
Denize Correa, org. Imagem (IR) Realidade:
comunicação e cibermidia.
PA: Sulina, 2006.
DOMINGUES, Diana, org. Arte e vida no século
XXI: tecnologia, ciência e criatividade.
SP: UNESP, 2003.
FELINTO, Erick. A Religião das máquinas:
ensaio sobre o imaginário da cibercultura.
PA: Sulina, 2005
LEÃO, Lucia, org. Derivas: cartografias
do ciberespaço. SP: Annablume/Senac,
2004.
LEMOS, André, org. Cibercidade: as
cidades na cibercultura. RJ: E-papers, 2004.
________ ; CUNHA, Paulo, orgs. Olhares sobre
a cibercultura. PA: Sulina, 2003.
MACHADO DA SILVA, Juremir. As tecnologias
do imaginário. PA: Sulina, 2003.
PARENTE, André, org. Tramas da rede.
PA; Sulina, 2004.
RÜDIGER, Francisco. Elementos para a
crítica da cibercultura. SP: Hacker
Editores, 2002.
_________. Introdução às
teorias da cibercultura: perspectivas do pensamento
tecnológico contemporâneo.
PA: Sulina, 2004.
(http://ctjovem.mct.gov.br/index.php.action)
(http://magnet.com.br/bits/especiais/2003)
Minhas fontes
de dados foram: Plataforma Lattes CNPq, sites
dos programas, Internet, periódicos Qualis,
livros publicados e organizados por pesquisadores
da área, Coleção Cibercultura
da Editora Sulina.
Denize
Correa Araujo
Coordenadora PPGCOM-Universidade
Tuiuti do Paraná – UTP, Brasil.
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